27.7.05

Dream another dream

Sonhei que estava em um sotão repleto de quinquilharias. Havia pó por todo o lado e eu espirrei. Caminhando por entre os móveis antigos e caixas de chapéus me deparei com uma escrivaninha de madeira escura. Quatro pequenas gavetas enfileiravam-se no lado esquerdo do móvel. Puxei uma, puxei duas, puxei três. Estavam todas vazias. A quarta emperrou, não queria abrir. Forcei um pouco e ela cedeu. Dentro da gaveta encontrei um maço de cartas amarradas por uma fita de cetim. Sentei um uma caixa e abri a primeira delas. O papel estava amarelado, a tinta desbotada. Em uma delicada caligrafia feminina uma longa carta havia sido escrita. Ela iniciava assim:

"A quem interessar possa

Escrevo esta carta para contar como os últimos acontecimentos me entristeceram e moldaram minhas viagens. Desde sempre acreditei em arquétipos e já da primeira vez que o vi ficou claro que eu havia encontrado o meu. Dele são todas as lembranças que formam minha vida. Ou formavam. Neste instante não posso dizer que tenho qualquer forma. Posso apenas dizer que nada mais faz sentido".

Terminei de ler esse parágrafo e acordei. Hoje, meses após ter tido o sonho, ainda me pergunto que acontecimentos são capazes de moldar as viagens de uma mulher. Espero um dia poder terminar esta leitura.