26.12.03

Constato

Está tudo parado por aqui.
Por que mesmo?

Já não sei mais.

26.11.03

Bowie

the greatest thing you'll ever learn
is just to love and be loved in return

20.10.03

Fellini e o Essencial

Esse fim de semana pensei bastante em um dos meus filmes preferidos. 8 1/2, de Fellini. Puro lirismo, puro Fellini, pura excelência.

Uma frase casual, dita por um personagem irremediavelmente coadjuvante, ficou guardada para sempre no caos que é a minha mente.


Destruir é melhor que criar
Quando não se cria o essencial


Isso faz todo sentido. Quantas coisas inúteis sendo criadas o tempo todo. Gestos, palavras, atos, relações, regras, medos. E muito mais.

A dádiva da destruição é negligenciada. É preciso destruir para dar lugar ao novo. Deixar o que não serve para trás. E começar de novo. Criar algo essencial. Uma vida nova, uma risada nova, um sentimento novo. Um mundo novo.

13.10.03

Do Diário de Charles Bukowski

26.09.1991

Cada nova linha é um começo e não tem nada a ver com as linhas que a precederam. Todos começamos como novos, a cada vez. E, é claro, isto não tem nada de sagrado.

O mundo pode viver muito mais facilmente sem livros do que sem encanamentos. E alguns lugares do mundo quase não têm nenhum dos dois. É claro, preferia viver sem encanamento, mas preciso dele porque estou doente.

Não há nada que impeça um homem de escrever, a não ser que ele impeça a si mesmo. Se um homem quer realmente escrever, ele o fará.

A rejeição e o ridículo apenas lhe darão mais força. E quanto mais for reprimido, mais forte ele se torna, como uma massa de água forçando um dique.

Não há perdas em escrever; faz seus dedos do pé rirem enquanto você dorme; faz você andar como um tigre; ilumina seus olhos e coloca você frente a frente com a morte.

Você vai morrer como um lutador, será reverenciado no inferno. A sorte da palavra. Vá com ela, mande-a. Seja o Palhaço nas Trevas. É engraçado. É engraçado. Mais uma linha...


"O Capitão Saiu para o Almoço e os Marinheiros Tomaram Conta do Navio"

9.10.03

Aderindo

Não me reconheço. Primeiro um blog. Agora um fotolog.

E todo aquele papinho sobre a exasperante exposição da intimidade íntima? É, o sinal dos tempos. Definitivamente.

25.9.03

Dúvida

Me ocorreu agora:


Quem espera sempre alcança

ou

The early bird gets the worm?



(...)



Realmente faz diferença? Naaah

19.9.03

Krishnamurti

Minha mente preocupada
Se é ou não amada

13.9.03

Amor Verdadeiro

É impressionante como o que escutamos ou lemos na tenra infância influencia tão profundamente nossos pensamentos. Como prova 1, novamente apresento um pequeno trecho de "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá".


Devo concluir que o gato Malhado, de feios olhos pardos, de escura fama de maldade, havia se apaixonado?

Agora que ele e a Andorinha dormem, que só a velha Coruja está acordada, permito-me filosofar um pouco. É um direito universalmente reconhecido aos contadores de histórias e devo usá-lo pelo menos para não fugir à regra geral.

Desejo dizer que há gente que não acredita em amor à primeira vista. Outros, ao contrário, além de acreditar afirmam que este é o único amor verdadeiro. Uns e outros têm razão.

É que o amor está no coração das criaturas, adormecido, e um dia qualquer ele desperta, com a chegada da primavera ou mesmo no rigor do inverno. Na primavera é mais fácil, mas isso já é outro tema, não cabe aqui.

De repente, o amor desperta de seu sono à inesperada visão de um outro ser. Mesmo se já o conhecemos, é como se o víssemos pela primeira vez e por isso se diz que foi amor à primeira vista.

Assim o amor do Gato Malhado pela Andorinha Sinhá. Quanto ao que se passava no pequeno porém valoroso coração de Sinhá, não esperem que eu explique ou desvende. Não sou tão tolo a ponto de achar-me capaz de entender o coração de uma mulher, quanto mais de uma andorinha.

10.9.03

Zen e a Arte de Procrastinar

Preciso resolver um punhado de coisas chatas. Ia fazê-las, mas percebi que mais importante é escrever sobre procrastinação.

Bem, eu escreveria sobre procrastinação agora, mas percebi que a coisa mais urgente no momento é arrumar minha casa.

(...)

Preciso pensar rápido em algo realmente importante pra me safar da arrumação da casa.

7.9.03

Madonna e Aceitação

Quem não quer ser aceito? Ser aceito pela sociedade, pela família, por aqueles a quem se ama, pelo mercado profissional e tudo mais. Eu quero. Aceitação é aquela palavra que faz o coração serenar. Ao mesmo tempo, ser aceito é uma batalha.

Me parece que o caminho da aceitação passa necessariamente pela auto-aceitação. Apesar de o mais comum seja fazer o caminho inverso: se os outros me aceitarem quer dizer que eu sou legal e se eu sou legal então eu posso me aceitar. Mas se eu não me aceito, justo eu que me conheço a fundo, como os outros vão me aceitar? Se eu não me aceito, é porque tem algo de ruim e inaceitável em mim. Ou seja, não vou ser aceito e ponto.

Uma coisa que me incomoda são os termos da aceitação. Não acho que uma pessoa deve ser aceita "apesar do que é", mas simplesmente "pelo que é". Exatamente pelo que ela é. Com seus erros e acertos, força e fraqueza, virtudes e falhas, alegrias e tristezas.

Isso não significa que eu acho que deve-se acomodar-se com o clássico "eu sou assim, não vou mudar, quem quiser que goste de mim". Até por que a auto-transformação constante é essencial e só se transforma aquilo que se aceita, que se percebe.

Mas voltando, soma-se a isso o fato de que no ocidente valoriza-se o TER ao invés do SER. O ser é visto através do que se tem ou o que se faz. Aquela coisa, você conhece alguém novo, a conversa inicia assim: - "Oi, eu sou Fulano." - "Oi Fulano, o que você faz?"

O que uma pessoa faz, ou fez, é a primeira informação que temos para julgar quem ela é. E se temos interesse que ela seja qualquer coisa perto de nós.

Então eu penso na questão da Madonna. Ah sim, diriam aqueles intrigados com o título, estava me perguntando onde a Madonna entraria nessa história. Pois bem, ela entra aqui. Veja bem...

A Madonna provavelmente sempre foi a Madonna. A mesma pessoa. Em essência, pelo menos. Ela sempre carregou A MADONNA dentro de si. Mesmo quando ela não era famosa e as pessoas a conheciam apenas por seu nome de batismo. Mas as pessoas não a olhavam como A Madonna. Ela era uma pessoinha qualquer.

Ai da Madonna, se tentasse entrar em uma mega festa vip, ou qualquer outro evento exclusivista, um ano (ou até mesmo um mês) antes de ficar famosa e conhecida pelo que ela *faz*. Apesar de *ser* a mesma pessoa. Ela seria barrada na porta. Seria barrada e não poderia por as mãos da cintura e dizer:

"Escuta aqui queridinha, você sabe com quem tá falando? Você sabe quem eu vou ser??"

Não, ela não poderia. Por que ela ainda não era. Só depois de fazer sucesso ela seria. E isso é o que me revolta. Ela já era a Madonna, mas aos olhos dos incautos ela não era a Madonna. Ela era uma pessoinha qualquer. A mesma pessoinha que um tempo depois faria a "queridinha" desmaiar de emoção se a Madonna falasse com ela. Ou apenas olhasse pra ela. "Ai meu Deus, a Madonna olhou pra mim, ela olhou pra mim."

Sim, ela olhou pra ti, e provavelmente não gostou do que viu...

Por essas e outras que toda esse fuss a respeito de fama me revolta. E muito. Talvez eu precise praticar a aceitação.

2.9.03

Expectativas

No fim tudo se resume a um delicado equilíbrio entre a angústia de se ter muitas expectativas e o tédio de não se ter nenhuma.

30.8.03

Shunyata

Fui apresentada ao conceito budista de Shunyata pelo meu caríssimo amigo Mini. De princípio fiquei meio perplexa, uma coisa meio "como, a terra não é chata? tu tá me dizendo que a terra é redonda? não, não, não pode ser".

Me parecia que certas coisas apenas eram o que eram. E ponto. Um pouco mais de conversa e as coisas nunca mais pareceriam a mesma coisa. Não, as coisas não são coisa alguma. Elas apenas parecem. E de acordo com quem olha.

Mas bem, o que é Shunyata?, um pode perguntar-se. Shunyata também atende pelo nome de vacuidade. Que não vem de vaca ou vacuno, mas de vazio. Catei uma definição na internet e a traduzi ao meu bel prazer. Vamos a ela:


SHUNYATA
Segundo o conceito de vacuidade nada existe inerentemente ou "por sua própria conta". Todo fenônemo depende de 3 coisas:

* suas causas
* suas partes
* suas atribuições pela mente de um ser sensorial

A mente sensorial não é uma construção física. A mente é clara e amorfa e tem o poder de perceber fenômenos de uma forma qualitativa, e dar a estes um significado.

Para os budistas todas as coisas são livres de uma definição em essência. Consequentemente todas as coisas não têm uma identidade fixa (existência inerente) e estão em um estado de impermanência - mudança e fluxo - constantemente crescendo e decaindo.

Todas as coisas estão constantemente mudando, e se analisarmos qualquer coisa detalhadamente, veremos que tudo existe puramente por definições comparativas com outras coisas. E é a mente que cria essas definições.


E é isso mesmo. No fim das contas tudo depende do ponto de vista. E da vista do ponto. Pode parecer reducionista, mas depois de alguns volteios lógicos é preciso admitir: Shunyata! Como não havia percebido isso antes?

E então eu percebi que o Shunyata tinha tudo a ver com a minha teoria sobre o surgimento do amor, e mais especificamente sobre o amor verdadeiro. Mas deixemos a teoria sobre o amor verdadeiro para outra hora. Falemos apenas de amor.

Amor é uma coisa tão incrivelmente relativa. A experiência do amor é diferente de acordo com cada um. A definição de amor é diferente. O objetivo do amor é diferente. Sentir o amor é diferente. Viver o amor é diferente.

E então entramos na questão da fatalidade do surgimento do amor mútuo. Este conta com a variante dificultosa do timing. Além de todo o processo de conhecer alguém, gostar desse alguém, estar disponível, esse alguém estar disponível, estar a fim de amar, esse alguém também estar a fim de amar, se identificar, se apaixonar e finalmente amar, tudo isso tem que acontecer com duas pessoas distintas e ainda ao mesmo tempo.

Sempre me pergunto como isso acontece. O que faz duas pessoas se amarem ao mesmo tempo? Exatamente ao mesmo tempo? Posso pensar em algumas hipóteses. Talvez porque amor atrai amor. Ou porque o amor se retroalimenta. Ou quem sabe o amor de um começa antes do amor do outro, e já que o outro não tinha muito o que fazer por esses dias mesmo, o amor do um faz surgir o amor do outro. Se bem que ainda acho que o amor verdadeiro acontece exatamente ao mesmo tempo. Ok, nada de amor verdadeiro por enquanto. Por enquanto.

Bem, parece que o papo está se afastando do Shunyata. Ou não. O Shunyata nunca se afasta. Sempre presente. Sempre inerente. Será que o Shunyata existe inerentemente? Será que ele é a exceção de sua própria regra? Mas ainda assim, pode-se dizer que a experiência do Shunyata é diferente de acordo com quem o experiencia. E isso prova definitivamente que tudo é relativo. E por isso o Shunyata é. Ele apenas é. Inerentemente.

Hummm, acho que estou entrando em looping.

29.8.03

Relapsa

Cinco chibatadas para cada um dos 8 dias sem postar.

21.8.03

Uma história de Amor

Vasculhando as estantes da casa da minha mãe, encontrei o livro que tantas vezes escutei na minha infância: O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: Uma História de Amor. Jorge Amado escreveu-a para seu filho João Jorge em 1948, quando o menino completava um ano de idade. A história ficou perdida até 1976, quando João Jorge "bulindo" em coisas guardadas, finalmente a encontrou. Assim como eu remexendo as estantes da minha mãe.

Pedi permissão e o querido livrinho, já gasto, amarelado, foi direto pra minha bolsa. Encontra-se agora na cabeceira da minha cama. Está novamente sendo lido. Está vivo! Vez que outra o Filippo, meu gato malhado, deita sobre ele e me olha com seus olhos cor de cobre, ignorando a poética redundância de seu ato.

Não consigo conter a vontade de postar um trecho do livro, então transcrevo boa parte dos primeiros parágrafos da introdução. Em que a Manhã conta para o Tempo a história que o Vento lhe contou. A história da história de amor do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá. Eis-la.


Madrugada

A Manhã vem chegando devagar, sonolenta; três quartos de hora de atraso, funcionária relapsa. Demora-se entre as nuvens, preguiçosa, abre a custo os olhos sobre o campo, ai que vontade de dormir sem despertador, dormir até não ter mais sono!

(...)

Com um beijo, a Manhã apaga cada estrela enquanto prossegue a caminhada em direção ao horizonte. Semi-adormecida, bocejando, acontece-lhe esquecer algumas sem apagar. Ficam as pobres acesas na claridade, tentando inutilmente brilhar durante o dia, uma tristeza.

Depois a manhã esquenta o Sol, trabalho cansativo, tarefa para gigantes e não para tão delicada rapariga. É necessário soprar as brasas consumidas ao passar da Noite, obter uma primeira, vacilante chama, mantê-la viva até crescer em fogaréu.

Sozinha, a Manhã levaria horas para iluminar o Sol, mas quase sempre o Vento, soprador de fama, vem ajudá-la. Por que o bobo faz questão de dizer que estava passando ali por acaso quando todos sabem não existir tal casualidade e sim propósito deliberado?

Quem não se dá conta da secreta paixão do Vento pela Manhã? Secreta? Anda na boca do mundo.

20.8.03

Frase do Dia

"Eu sei o que eu quero. Mas eu não quero agora, eu quero depois.
E quando o depois chegar, eu vou querer agora".

© all rights reserved

15.8.03

Fetiche e nostalgia

Preciso confessar. Tenho um fetiche por livros. Compro muito mais livros do que consigo ler. Muito mais do que seria possível ler. Não há nada igual a cheiro de livro novo. Quando penso em fazer meu mestrado fora do Brasil, sofro sabendo que vou ter que abandonar todos eles. Os meus livrinhos.

Definitivamente preciso aprender a lição do desapego. Aos livros.

Mas então, ultimamente tenho pensado muito nos livros significativos da minha infância. Nunca tinha feito isso antes. Só pensava nos atuais e futuros, nunca olhando para trás, sempre atrás de novas emoções.

Lembrei do meu livro preferido aos 7 anos: "A Fadinha que Tinha Idéias".

Me identificava tanto com a fadinha. Apesar de não saber que era isso que eu sentia. Só gostava de ler e reler o livro e ter outras idéias que a fadinha ainda não tinha tido. Cheguei a *ser* uma fadinha aos 8 anos, quando era Bandeirante. Aí eu fui atropelada devido à irresponsabilidade das monitoras e os tempos de Bandeirante acabaram. Mas nessa época eu já tinha deixado de ser fadinha e virado B1. (O que será B1? Bruxa nível 1??)

Segundo colocado: "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" do Jorge Amado.

Meu pai leu esse livro pra mim uma vez no hospital. Não lembro o que eu estava fazendo no hospital, mas devo ter quebrado algum osso. Sempre quebrava alguma coisa. Era uma história linda sobre um amor impossível. Provavelmente a raiz do meu romantismo incurável. O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.
*ahhnnn*

E o terceiro livro da lista na verdade são quatro: a coleção da Disney "Uma História por Dia".

Era dividido em quatro tomos, um para cada estação. Tudo bem que as estações estavam "erradas" e que a história do dia do meu aniversário não era tão legal. Eu adorava o livro. Nem precisava me contentar com apenas uma história por dia! Eu lia quantas eu queria. Me sentia A transgressora. Apesar de que provavelmente eu também não tivesse essa noção na época.

Ah, me sinto nostálgica. Muito nostálgica.

14.8.03

Das coisas que não podemos ter

E então você percebe que aquilo que tanto queria não é possível. Ou não parece possível.

"Não, não! Não pode ser. Deve haver algo que eu possa fazer pra conseguí-la! Com certeza deve haver. Só preciso descobrir o que".

Aí entra o dilema. O que fazer?

Depois de um pouco de reflexão estratégica, você vai atrás da coisa.
Você tenta, se escabela, faz fiasco. E nada.

"Sorry dude, not available".

Aí entra o verdadeiro dilema.

"Sou uma covarde se desistir ou uma anta se insistir"?

Consegue perceber o grau de maniqueísmo? De um lado temos covarde. Do outro, anta. É o eixo covarde-anta.

"Mas céus, eu não quero ser uma covarde. Tampouco uma anta".

Próxima etapa: negação. Afinal, the Nile is not just a river in Egypt.

"Pensando bem, eu não queria mesmo. Nem era tão legal assim".

Essa fase não dura muito. É rapidamente seguida pelo inevitável retorno à reflexão estratégica.

"Deve haver algo que eu possa fazer pra conseguir a coisa. Com certeza deve haver. Se ao menos eu pudesse descobrir o que".

Pronto, saí-se do eixo covarde-anta, entra-se no eixo macaco-macaco. Afinal o macaco não sai do lugar. Fica pulando pra cá e pra lá, saltando de um galho pra outro. E sempre pros mesmos galhos, diga-se de passagem.

Uma das saídas possíveis é a auto-comiseração.

"Nunca vou conseguir mesmo. Olhe pra mim, sou uma coitada. Desprovida de condições. Pensando bem, não olhe pra mim..."

É uma fuga temporária do eixo covarde-anta e do conseqüente eixo macaco-macaco. Só resolve quando evolui para a epifania pessoal. E as epifanias são muito libertadoras!

"Ei, eu não sou uma pobre coitada. Olhe pra mim, eu não sou uma pobre coitada! Olhe só pra mim! Pensando bem, eu mereço algo melhor. Muito melhor. Lá vou eu".

E aí se está livre. Livre!

Pelo menos até o próximo dilema. E sempre tem um novo dilema. Mas isso é pra depois.

13.8.03

Sonho peculiar

Sonhei que um hacker maligno tinha entrado no blog e deixado milhares de posts podres falando sobre "peitos". Não eram sobre seios, eram sobre peitos.

Então recebo um vídeo da câmera de segurança que monitora as atividades dos blogs. Ah sim, claro. A fita da segurança. Óbvio.

No vídeo, um vulto digita atrás de um monitor. Fumaça e penumbra em P&B. Uma coisa noir. O vulto levanta e sai. É o hacker. Pior, é o meu hacker! O hacker que fala de peitos.

Jorros de adrenalina.

O hacker retorna com um copo na mão e senta na frente do computador. Me aproximo do monitor pra ver se posso enxergar melhor. O hacker sai de trás do monitor e olha bem nos meus olhos.

Jorros infinitos de adrenalina.

Socorro!

Ele tá olhando pra mim. Ele me viu.

O rosto do hacker é lamentavelmente coberto por uma crosta de espinhas nojentas. Ele tem um olhar empapuçado e pernicioso. Olha bem pra mim e diz:

"O que tu vai fazer agora?
Tá se sentindo impotente"?

Sim! Estou me sentindo impotente. Que sonho peculiar!

Qualquer post sobre peitos nesse blog não é de minha autoria.

Eu-femismo

Loucos com dinheiro são excêntricos.
Neuróticos com senso de humor são peculiares.

12.8.03

Edição Comemorativa de Inauguração

Atendendo às reclamações do único leitor do meu blog, completo em seus 2 posts (até este momento), resolvi tomar vergonha na cara e mudar a cara do blog. Afinal, essa era a minha desculpa para não escrever.

Em meu socorro, Miss Giane Portal ficou até 1 AM fazendo o layout ontem. E isso que é apenas a versão beta! Ou seja, me dei bem. Em breve a versão definitiva, que promete ser ainda melhor do que a atual.

Para completar a força tarefa, mi hermanita Lenara colocou no ar pra mim, já que uma vez que eu larguei da vida de webdesigner bloqueei quaisquer conhecimentos de html. Não libero nem sob hipnose.

Meu muito agradecida para as duas moçoilas generosas por esse ato de doação e um valeu pro Bob Garden pela pressão.

Sem mais delongas. Adeus desculpas.

7.6.03

Morpheus

Agora que finalmente posso dormir nas manhãs de sábados, me pergunto como sobrevivi à essa privação voluntária do sono. Pra mim, uma dieta onírica frugal consiste em no mínimo 8 horas ininterruptas. Como é que tantas pessoas se contentam em dormir menos do que isso? Como, mas como, eu consenti em acordar as 6:30 da manhã por 10 sábados consecutivos? Além do cansaço, do sono e dos lapsos de raciocínio, estava à beira de um ataque de nervos.

Um dia desses assisti a um documentário sobre privação do sono. Tinha a história de um locutor de rádio dos anos 60 que fez uma maratona de vários dias no ar sem dormir. No fim da jornada o cara tinha perdido a mulher, os filhos, o cachorro, o emprego e a sanidade. Antes de abandoná-lo todos alegaram que ele estava muito "estranho" e que não era mais a mesma pessoa. Tinha a história de soldados americanos aprisionados durante a guerra do Vietnã que foram privados do sono por meses. Quando enfim foram libertados e voltaram pra casa, apresentaram sérios transtornos mentais, incluindo aí um transtorno chamado "crueldade".

A conclusão que eu tirei do tal documentário me apavorou. Ficar sem dormir é o caminho mais rápido para a psicopatia!!!

Sob essa perspectiva, passar um terço da vida dormindo me parece um preço bem justo a pagar pela sanidade... E viva as manhãs de sábado.

23.5.03

Para começar

Para começar um blog, nada melhor do que alguns questionamentos (furados). Tipo:


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Pensamentos do dia:
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* Qual a utilidade de um blog?

* De onde vem a vontade de possuir um?

* É contagioso?

* Como sobreviver à exasperante exposição da intimidade íntima?


Ou ainda a questão primordial:

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* Por que raios eu decidi ter um blog?
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O que pra mim equivale à investigar o incognoscível, penetrar no infinito da mente cósmica, o todo pensante do qual somos meros pensamentos avulsos e microscópios que interagem. Equivale às eternas:


* Quem sou eu?

* De onde vim?

* O que estou fazendo aqui?

* Para onde vou?

* De que cor pinto meu cabelo desta vez?

* Pare o mundo agora que eu quero descer? Por favor?


Pensando bem, dentro dessa perspectiva faz todo sentido ter um blog. Meio que um diário de viagem através desse plano caótico em que estamos situados. Ou talvez, sendo (bem) mais sincera, uma tentativa de me situar dentro desse plano caótico que é a minha mente. Afinal, como já dizia Hermes Trismegisto, o que está em cima é como o que está em baixo. Se a mente cósmica é incognoscível, então a nossa mente nada cósmica o é também. No final das contas nos relacionamos com os outros e o universo para ver se eles refletem um pouco de nós mesmos, e dessa forma podemos tentar responder à mais importante das perguntas acima:

* Quem sou eu?

Ou seria:

* O que sou eu?

Ou ainda:

* Aonde eu quero chegar com esse cripticismo todo?


Não sei! Em verdade, em verdade vos digo: Eu não sei! Vai ver foi por isso que eu decidi escrever um blog. E assim, (não confunda com "E, assim") dividir minhas neuroses. A propósito, posso parar por aqui?


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Pare o blog que eu quero sair! E adeus até amanhã.
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