2.5.04

Dia 2 - When enough is enough?

Sabe aquelas situações arrastadas, continuadas, que parecem não ter fim? Tipo doenças crônicas, conflitos eternos, dores que não vão embora, padrões sentimentais que se repetem ad nauseum.

Convivi mais de 6 meses com uma tensão muscular incessante que atendia pelo nome de fibromialgia. Sentia dores nos ombros e pescoço diariamente, o tempo todo. As bolsas de água quente se tornaram minhas melhores amigas e eu fazia fisioterapia 5 dias por semana.

Fora isso, tomava os atrozes relaxantes musculares que faziam eu me sentir como um zumbi de 200 quilos. E dê-lhe exame, e dê-lhe pesquisar na internet, e dê-lhe massagem, e dê-lhe terapia, e dê-lhe gastar dinheiro e tempo e nada da fibromialgia me largar.

Até quando se aguenta algo que machuca? Pode-se dizer: estou cansada, agora chega, não aguento mais. Mas se a coisa em questão continua é porque ainda se aguenta um pouquinho mais. Eu reclamava, me escabelava, as vezes chorava, mas seguia levando.

Então eu resolvi largá-la.

Um dia eu disse CHEGA. Mas um chega de coração, daqueles passionais e homicidas. E a dor se foi. Deve ter se assustado. Junto com ela foi um monte de coisas que me faziam infeliz. Foi uma liberação! Simples assim.

De onde concluí que não basta apenas querer se liberar, é preciso desejar ardententemente com todos os átomos do seu ser. Quando realmente não se aguenta mais, há um "cessamento".

E aí, a liberação acontece. When enough is enough.