15.8.03

Fetiche e nostalgia

Preciso confessar. Tenho um fetiche por livros. Compro muito mais livros do que consigo ler. Muito mais do que seria possível ler. Não há nada igual a cheiro de livro novo. Quando penso em fazer meu mestrado fora do Brasil, sofro sabendo que vou ter que abandonar todos eles. Os meus livrinhos.

Definitivamente preciso aprender a lição do desapego. Aos livros.

Mas então, ultimamente tenho pensado muito nos livros significativos da minha infância. Nunca tinha feito isso antes. Só pensava nos atuais e futuros, nunca olhando para trás, sempre atrás de novas emoções.

Lembrei do meu livro preferido aos 7 anos: "A Fadinha que Tinha Idéias".

Me identificava tanto com a fadinha. Apesar de não saber que era isso que eu sentia. Só gostava de ler e reler o livro e ter outras idéias que a fadinha ainda não tinha tido. Cheguei a *ser* uma fadinha aos 8 anos, quando era Bandeirante. Aí eu fui atropelada devido à irresponsabilidade das monitoras e os tempos de Bandeirante acabaram. Mas nessa época eu já tinha deixado de ser fadinha e virado B1. (O que será B1? Bruxa nível 1??)

Segundo colocado: "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" do Jorge Amado.

Meu pai leu esse livro pra mim uma vez no hospital. Não lembro o que eu estava fazendo no hospital, mas devo ter quebrado algum osso. Sempre quebrava alguma coisa. Era uma história linda sobre um amor impossível. Provavelmente a raiz do meu romantismo incurável. O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.
*ahhnnn*

E o terceiro livro da lista na verdade são quatro: a coleção da Disney "Uma História por Dia".

Era dividido em quatro tomos, um para cada estação. Tudo bem que as estações estavam "erradas" e que a história do dia do meu aniversário não era tão legal. Eu adorava o livro. Nem precisava me contentar com apenas uma história por dia! Eu lia quantas eu queria. Me sentia A transgressora. Apesar de que provavelmente eu também não tivesse essa noção na época.

Ah, me sinto nostálgica. Muito nostálgica.